quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Pego do Poço

Quando, há cerca de 50 anos, o Rio Almansor tinha ainda um caudal de razoável dimensão, existiam no seu percurso junto de Montemor algumas zonas de grande volume de água. Três dessas zonas, de que o pego do Poço é uma delas, foram verdadeiras “escolas de natação” para várias gerações, de que a minha deve ter sido a última.
O local dividia-se em duas partes – o Pego do Poço de cima, e o Pego do Poço de baixo – divididas pela parede de retenção que atravessava o rio. A parte superior era maior e menos profunda, e, a parte de baixo, porque mais perigosa, era apenas para os que já sabiam nadar melhor.
Não sei ao certo a origem do nome, mas, segundo penso, e julgo ter ouvido um dia, existe no local, junto da margem esquerda do rio, um poço que terá servido para abastecimento público da vila. O poço, e a casa com a bomba, ainda lá estão, e junto dela uma casa de habitação que foi utilizada durante muito tempo, e que agora está em ruínas e abandonada, como todo o local.
Com a Ermida de S. Pedro da Ribeira e a velha ponte romana ali perto, e situado numa das entradas da cidade, este troço do rio mostra bem o trabalho que é necessário levar a cabo para restituir ao Almansor a sua dignidade.

3 comentários:

MonteMaior disse...

Parece-me que a sua geração não foi a última que lá tinha aulas de natação...

Quando andava no 9.º ou 10.º ano da escola secundária, por volta de 1991-1992, era hábito irmos para um pego a que chamávamos "Pego do Zé Maluco" e que hoje já não sei onde fica. Era uma diversão...

Nós, as meninas nunca tomávamos banho por razões obvias, sobretudo porque o rio estava muito sujo e às vezes cheirava mal, mas quase todos os rapazes tomavam lá uma banhoca.

Obrigado por este regresso aos tempos da adolescência...

Paula disse...

Gostei de ler o teu texto sobre esses Pegos onde aprendeste a nadar e ver as lindas fotos que tiraste desses locais, que te deram tanto prazer.
É bom recordar, porque recordar é Viver!!!
Beijinhos grandes,
Ana Paula

Cloreto de Sódio disse...

Caro José Rasquinho: roubei-lhe uma das fotos do Pego do Poço para publicar no meu blogue. Belo texto o seu sobre aquele espaço que ficou para sempre no nosso imaginário como uma verdadeira estância de férias.
Um abraço. João Luís Nabo